CRIANÇAS
A Falange das Crianças, com toda a expressão da alegria, são os renascidos para a espiritualidade. São crianças na simplicidade das palavras, mas demonstram profunda sabedoria em seus ensinamentos. São considerados os seres de mais alta espiritualidade com os quais mantemos contato. A Falange das Crianças é talvez uma das mais incompreendidas Falanges da Umbanda. Apesar de se apresentarem com a roupagem fluídica de crianças, trazem dessas somente a pureza e a alegria contagiante. Na verdade são os grandes Magos do Universo. Foram grandes Sacerdotes quando de suas encarnações na Terra.
Como já mencionamos, a Entidade não possui um corpo astral, ela precisa assumir esse corpo para o processo de incorporação. Assim, ela busca na matéria do campo astral o material de que necessita para esse processo. Realiza esse intrincado passo retirando do próprio médium matéria astral, bem como vai buscar em um dos corpos astrais de uma de suas últimas encarnações o fluído de que necessita para o processo de incorporação.
Dessa forma passamos a entender o porquê destas Entidades se apresentarem como crianças. Escolheram esta forma por representar melhor a energia que elas manipulam, ou melhor, que elas emitem. Criança significa alegria e pureza, qualidades fundamentais para quem quer que deseje trilhar o caminho da alta espiritualidade.
Por outro lado, no processo de incorporação, a energia desta Falange penetra em grande parte pelo chakra laríngeo, fazendo com que o médium modifique a voz, afinando-a. Além disto, também durante o processo de incorporação, acontece um fato bastante peculiar a esta Falange. Normalmente durante a incorporação, a energia da Entidade penetra por um ou mais de um chakra, resultando em um processo bem definido de incorporação. No caso da Falange das Crianças o processo é diferente, penetrando a energia por um dado chakra, mas sofrendo um processo de dispersão por todo o corpo, fazendo com que o médium assuma uma postura inquieta, movimentando todo o corpo com extrema leveza e até mesmo saltitando ou dançando.
Daí resulta toda a má interpretação que diversos médiuns, infelizmente, dão a esta poderosíssima Falange. Entendem-na como criancinhas despreparadas, infantis, choronas, brigonas às vezes, indolentes, simplórias em seus trabalhos e, o que é o pior, comilonas e bagunceiras.
Percebemos, assim, que lhes são atribuídas todas as qualidades negativas das crianças de nosso mundo. Mas não é nada disto que realmente ocorre. As Crianças fazem parte de uma Falange, atuando com poder incomparável. Nossa Umbanda costuma dizer que o que uma Criança não puder realizar, nenhuma outra Falange realizará. Não possuem aquelas qualidades negativas que lhes são atribuídas como resultado de tanta má compreensão e confusão.
Nenhuma Criança é comilona. Seria impossível, do ponto de vista do processo de incorporação, um médium comer compulsivamente como tantas vezes é visto. Quando da incorporação, principalmente da Falange das Crianças, fecha-se a glote do médium, não permitindo que sejam ingeridas grandes quantidades de doces ou outros alimentos. Somente pequenas quantidades de doces podem ser ingeridas, até pela contribuição do açúcar para o equilíbrio energético do médium. Assim, vemos que os líquidos têm mais facilidade de ingestão que os doces sólidos neste processo. Muito cuidado deve ser tido, pois a forma como esse trabalho é desenvolvido pode gerar, no médium despreparado, a confusão da influência mediúnica com os impulsos de sua criança interior. Os dois devem ser explorados em momentos devidos, mas o segundo não tem lugar num ritual umbandista. O desejo de brincar, comer doces e interagir de forma infantil não podem interferir no processo mediúnico. Isso prejudicaria o médium, mas ainda mais aqueles que dele dependem na busca espiritual, como as pessoas da assistência. Cabe ao Babalorixá realizar a perfeita formação do médium, ensinando a esse a diferença entre a sua criança interior, que não deve se manifestar num ritual religioso, e a Criança-Entidade, ser de elevada espiritualidade.
Quanto ao tipo de trabalho que estas tão valorosas Entidades realizam, também é bastante mal compreendido por todos podendo ser visto de maneira bastante simplória. Não devemos nunca confundir simploriedade com simplicidade. Muitas vezes um gesto simples pode realizar muito e muitas das brincadeiras infantis incluem esses gestos aparentemente simplórios, mas carregados de grande força.
Sendo os grandes Magos do Universo, seus trabalhos não precisam de muita parafernália. Dominam todas as artes da Magia. Dominam todos os elementos. Sabem como invocar e, até mesmo evocar, todos os seres que necessitam para ajuda em seus trabalhos.
Esta falange trabalha com dois elementos básicos na sua arte mágica: a alegria contagiante que aflora de dentro do coração e se expande pela mente; e a simplicidade em tudo o que fazem, principalmente, em suas mensagens altamente espiritualizadas e singelas, mas com profundo senso de amor e alegria, trazendo para o consulente a certeza de dias melhores, retirando do coração das pessoas a mágoa, rancor e tristezas que são os grandes entraves na busca da felicidade. Por sua poderosíssima força, esta Falange é bastante considerada em todos os trabalhos.
Sendo uma Falange que lida com uma manifestação bastante sutil, certos trabalhos de “limpeza”, serão preferencialmente assumidos por outras Falanges. Daí vermos, em nossa Casa, a invocação de outras Falanges para o “fechamento” dos trabalhos. A Criança, quando realiza o seu trabalho, no momento do passe, simplesmente retira o que pode estar atrapalhando a vida de uma pessoa, mas não conduz o que foi retirado para o devido lugar no plano físico. Como se retirasse e deixasse em um canto. Precisa, pois, de um “grupo especializado” como os Boiadeiros ou os Marinheiros para levar o que foi retirado para o seu devido lugar.
É preciso se despir de todos os preconceitos, tirar todas as mágoas e ódios do coração para encontrar o reino dos Céus. Dessa forma, é preciso voltar a ser criança, como nos ensinou Mestre Jesus, para encontrarmos o verdadeiro caminho da espiritualidade.
Origem do nome
Ibeiji é o nome dos Orixás gêmeos da mitologia yorubá. Seriam filhos de Oxum ou de Yansã e alguns mitos ainda citam um terceiro irmão, que muitos relacionam com a figura de Doum. Representam, assim, a energia das crianças que essas Entidades manifestam.
Mantra
Oni Ibeijada! (Ó ní, ele fala; ou seja, As Crianças Falam!)
Qualidade divina
Representam a alegria sem a qual não se ascende aos planos superiores conforme o próprio ensinamento do Mestre Jesus em Lucas 18:15-17
Astro canalizador
Sol
Fase lunar
Qualquer fase lunar
Campo de ressonância
Jardins, rios, mar, matas, cachoeiras
Cor
Rosa e azul claro
Número
2
Flores
Rosas cor-de-rosa e flores do campo
Essências
Maçã verde
Imãs (comida)
Doces em geral
Libação (bebida)
Guaraná ou qualquer bebida doce não-alcoólica
Metal
Mica
Pedra
Quartzo rosa
Datas comemorativas
27 de setembro
Dia da semana
Domingo
Ervas
Alecrim, manjericão, alfazema, rosa branca, boldo.
Horário vibratório
6h às 18h (entre o nascer-do-Sol e por-do-Sol)